Play it again, Sam, 1991

Texto de Woody Allen
Encenação e adaptação de Hélder Costa
Festival Internacional de Teatro de Badajoz, 14 de Novembro

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Guarda-Roupa: Maria do Céu Guerra

Sonoplastia: Hermenegildo Borges

Luminotecnia: Carlo Pereira

Montagem: Zé Neto

Cartaz: António

Fotografia: Carlos Gil

Elenco: Orlando Costa, Maria do Céu Guerra, João Ricardo, Ilda Roquete, Pedro Alpiarça, Madalena Leal, Carla Torres

E chegou a vez de Woody Allen.
Depois de um exercício de humor que transportou A BARRACA por paragens tão diferentes e tão próximas como as moças, alcoviteiras, velhos e fidalgotes Vicentinos, a loucura de Dario Fo, os diabinhos de António José da Silva, a ingenuidade dos bairros urbanos em "O Baile", a gargalhada violenta de Calamity Jane, o riso amargo da Corte petrificada de D. João VI, eis-nos chegados ao saboroso non-sense dos nossos dias.
E deve-se dizer que esta abordagem excessiva, com um humor absurdo e anti-racional, constitui um dos melhores testemunhos dos tempos em que vivemos. Os desequilíbrios pessoais, as fugas para aspirinas, tranquilizantes, drogas e mitos, as "investigações" sexuais e freudianas, são um espelho moderno e anti-conformista sobre a nossa condição humana.
Mas o mais interessante e que constitui o principal motivo de interesse de "A BARRACA" por "Play it again, Sam", é que a peça não é pessimista nem "suicidária".
Linda, a paixão do infeliz Allan, censurou-o numa ocasião: - "Allan, porta-te como tu és na realidade"; e, no final, Allan diz a Bogart: "O segredo está em não ser como tu, mas sim como eu próprio".
Este triunfo da afirmação de um carácter pessoal contra qualquer imitação e consequente perca de verdade humana, ou por outras palavras, a luta
contra a alienação, é a grande batalha do Homem através dos séculos.
Que a beleza e a poesia do humanismo toquem outra vez o nosso público, graças ao exercício inteligente do tímido herói da nossa história.
Play it again, Woody Allen.


Hélder Costa

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