Texto de Fernando Augusto
Encenação e dramaturgia de Hélder Costa
Teatro Cinearte, 30 de Outubro

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Cenografia: Nuno Alão

Guarda-Roupa: Susana Afonso

Iluminação: Marinel Matos, Paulo Xavier

Sonoplastia: Fernando Pires

Adereços: Victor Sá Machado

Produção: Paula Coelho

Música: Canção “A Paciência” de José Afonso interpretada por Amélia Muge

Elenco: Laura Soveral, João D’Ávila, Rui Luís Brás, Ilda Roquete, Carla Carvalho, José Boavida, João Ricardo, Carlos Vieira de Almeida, Paula Coelho

Com a estreia de "Pastéis de nata para a avó", A Barraca dá mais um passo no seu já longo caminho - 18 anos (foi em Maio de 76 que estreou "A cidade dourada") -, de luta por um teatro português.
Cumprindo o regulamento do 1.º Concurso Português de Dramaturgia, apresentamos ao público o 1.º prémio, ganho por Fernando Augusto. Trata-se de um autor e prático de teatro com experiência no sempre tão necessário teatro amador; acreditamos que este prémio lhe abra mais portas no âmbito profissional.
Ao mesmo tempo, demos oportunidade para se revelarem novos elementos para a acção teatral. É o caso das estreias de Nuno Alão como
cenógrafo e Susana Afonso como figurinista.
A peça retrata o ambiente de um lar de terceira idade através da inteligência e do humor de uma velha senhora com uma invejável juventude de espírito.
Nesta história recorda-se o abandono a que são votados os velhos pelo egoísmo familiar, o
autoritarismo de muitas gerências desses
lares-asilos, e a carência de afectividade nas relações humanas. E, no entanto, a nota final é de esperança: a trama dramática introduz uma lufada de ar fresco nesse ambiente sórdido e hipócrita, e o jovem a quem faleceu a avó encontra um substituto amigo e carinhoso nessa velha senhora irreverente.
Na linha da nossa programação, trata-se de outro tema "quente", propício para debate e polémica.
Contra o egoísmo muito "in" da sociedade actual, é bom que surjam actos de revolta e amor.
Para que algumas nuvens desapareçam.

Hélder Costa