Histórias de Fidalgotes e Alcoviteiras, Pastores e Judeus, Mareantes e Outros Tratantes Sem Esquecer Suas Mulheres e Amantes, 1976

Histórias de Fidalgotes e Alcoviteiras, Pastores e Judeus, Mareantes e Outros Tratantes Sem Esquecer Suas Mulheres e Amantes (1976)

Texto de Gil Vicente, Ruzante e Fernão Lopes de Castanheda

Encenação de Helder Costa

Festival de Teatro da Guarda, 2 de Setembro

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Assistente de Encenação: Maria do Céu Guerra e António Anjos

Cenografia e Guarda-Roupa: A Barraca, Nuno Carinhas, Maryam Rativau

Colaboração Musical: Luís Pedro

Luz e Som: Carlos Gameiro

Mestra de Guarda-roupa: Cármen Plou

Elenco: (por ordem de entrada em cena) Adelaide João, Manuel Marcelino, Aníbal Rodrigues, Fernanda Lapa, José Manuel Osório, Maria do Céu Guerra, Rui Anjos, António Anjos

ALGUMAS QUESTÕES PRÉVIAS

1. Qual é o interesse de ir "desenterrar" textos do século XVI?

Que capacidade de intervenção social ou política terão textos de há 500 anos sobre a nossa realidade actual?

A resposta a estas dúvidas, toma como ponto de partida a noção essencial de a História da Humanidade não constituir senão um testemunho da luta que desde há séculos se trava entre exploradores e explorados, entre a ciência e o obscurantismo, entre o progresso e a reacção.

Mas muita coisa continua quase na mesma: enquanto uns trabalham e vivem em condições miseráveis, outros vegetam e engordam num luxo e parasitismo insuportáveis; enquanto a justica é implacável para quem rouba um bocado de pão para a boca, aparece clemente para quem faz desfalques e negociatas de milhares de contos; enquanto uns não sabem o que é o ócio e o prazer, outros enchafurdam-se no gozo e na corrupção.

É curioso pensar que a seguir ao 25 de Abril não aparecia com carácter de urgência a necessidade de se fazer propaganda e esclarecimento político sobre as questões - entre muitas outras - dos Descobrimentos e do Colonialismo. Porque nessa altura, e até há bem pouco tempo, toda a gente se declarava anti-colonialista e repudiava o seu passado mercenário ao servico de Salazar e Caetano.

Como algumas coisas mudaram neste belo jardim à beira-mar plantado, e como agora se recomeça a falar dos nossos gloriosos feitos do passado, é bom reavivar as memórias. Esperamos que falando de históriase temas do passado, consigamos fazer um pouco de luz sobre o presente.

Este é um dos obiectivos desta colagem de textos.

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