AMOR É UM FOGO QUE ARDE SEM SE VER

Um Espectáculo de Hélder Mateus da Costa e Maria do Céu Guerra

DISPONÍVEL MEDIANTE MARCAÇÃO

Os bons vi sempre passar / No Mundo graves tormentos; / E, para mais me espantar, / Os maus vi sempre nadar / Em mar de contentamentos. / Cuidando alcançar assim / O bem tão mal ordenado, / Fui mau, mas fui castigado. / Assim que, só para mim, / Anda o mundo concertado.

Os bons vi sempre passar / No Mundo graves tormentos; / E, para mais me espantar, / Os maus vi sempre nadar / Em mar de contentamentos. / Cuidando alcançar assim / O bem tão mal ordenado, / Fui mau, mas fui castigado. / Assim que, só para mim, / Anda o mundo concertado.

 

AMOR É UM FOGO QUE ARDE SEM SE VER

M/12

Espectáculo Hélder Mateus da Costa e Maria do Céu Guerra

Assistência de encenação Gil Filipe

Elenco Adérito Lopes, Beatriz Dinis e Silva, Érica Galiza, Gil Filipe, Luís Ilunga, Manuel Petiz, Maria Baltazar (estágio), Maria do Céu Guerra, Rita Mendes Nunes, Samuel Moura, Sérgio Moras, Teresa Mello Sampayo, Vasco Lello

Produção Inês Costa

Apoio à produção Gil Filipe, Manuel Petiz, e Teresa Mello Sampayo

Direcção musical e música original Maestro António Victorino d’Almeida

Cenografia A Barraca

Concepção de vídeo André Letria

Desenho de luz Vasco Letria

Operação de luz, som e vídeo Sara Arede

Guarda-Roupa Mestre Alda Cabrita

Adereços Tina Simões

Design gráfico Inês Costa

AMOR É UM FOGO QUE ARDE SEM SE VER

Conta a viagem de Luís Vaz, o navegador da Língua Portuguesa, transportando memórias de amores e desamores, muitas perdas e muitos maus tratos e prisões operados em sigilosos conluios por muitos inimigos seus contemporâneos. Tempo de disputas, glórias e intrigas, os perigos da inquisição ameaçaram sempre um dos homens mais livres do seu tempo e sem dúvida o seu maior poeta.

Depois de aventuras e desventuras que lhe vão acontecendo na sua pátria vai de viagem na rota de Gama. E consigo leva a Língua Portuguesa, ainda em construção.

Olhado como um texto épico Os Lusíadas são também o grande relato da aventura da língua portuguesa que nessa obra/ viagem se confirma e consagra. Perseguindo sempre a aventura mais arriscada, seja ela o amor, a viagem ou a poesia, na Índia conhece Garcia d’Orta, Diogo do Couto, apaixona-se, conhece Macau conhece a Ilha de Moçambique, Dinamene. Num naufrágio perde a amada e salva a nado o poema ao qual já dedicara anos de vida.

Salva-se regressa à pátria. Sempre mais rico, sempre mas mais pobre, sempre só. Trazendo consigo apenas o escravo Jau que o acompanhará até ao fim.

Em Portugal apresenta ao censor do Santo Ofício a obra que deseja ver publicada, embora com cenas eliminadas a obra é autorizada. A sua visão da” máquina do mundo” não é aceite e a cena da ilha dos amores é quase totalmente eliminada. O passo seguinte é mostrá-la a Dom Sebastião. O rei gosta dos Lusíadas e aprova a concessão de uma tença de sobrevivência ao poeta.

Não fosse a doença as coisas pareciam começar a correr melhor ao poeta e a vida começava a passar.

Tempo último…

Camões vai na manhã da partida das naus a Belém ver sair os barcos com D. Sebastião para Alcácer – Quibir. Ele está no fim. Já não pode ir de viagem e Portugal está perto do Desastre. Juntam-se as duas sortes.

Regresso a casa…

O poeta é apoiado pelo escravo Jau. Leva-o para casa, dá-lhe de comer, ajuda-o a subir a escada. No caminho cruzaram-se com a mãe do poeta, que desanimada com o tratamento da corte numa bela cena que cita Sophia de Mello Breyner, reclama do atraso da tença, que os obriga a viver de esmolas…

E o poeta do amor, como os marinheiros do Gama passa à eternidade embalado pela música do mar da ilha dos amores.

Momento feliz enfim. A Paz e o reencontro com a Beleza acompanham o regresso do poeta à sua ilha recuperada.

Maria do Céu Guerra

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ELOGIO DA LOUCURA