O Avarento (1995)

Texto de Molière
Encenação de Helder Costa
Teatro Cinearte, 27 de Abril


FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Cenografia: Norberto Barroca

Música: António Victorino d’Almeida

Programa: Maria do Céu Guerra

Adereços: Victor Sá Machado

Figurinos: Mário Dias Garcia

Costura: Joaquina Garcia

Iluminação: Marinel Matos

Elenco: Raul Solnado, Maria do Céu Guerra, João D’Ávila, Filomena Gonçalves, Marco Delgado, Ana Brandão, José Boavida, Pedro Alpiarça, Carlos Vieira de Almeida, Carlos Sebastião

Pobre avarento, mundo louco

Uma pilha de moedas suspensa na água. Moedas douradas, ouro. Água a cercar, a proteger o tesouro. As moedas, o castelo; a água, o fosso medieval.
O sítio inacessível, rico ou que se quer rico, um mo-derno condomínio, no ghetto da civilização - justificado e razoável? - contra inseguranças, desequilíbrios sociais, marginalidades e invejas. Infelizmente, também uma forma de se tentar ser "o outro" diferente do comum. À custa de mil artifícios, humilhações e esquecimentos éticos - em muitos casos, espero que não em todos.
É a nossa leitura cénica da obra-prima  "O Avarento". Juntemos mais algumas pistas de leitura: O Avarento pode ser um pobre diabo que junta migalhas e que percebe a sua inanidade perante uma forma financeira "milagrosa" que desembarca inesperadamente; a irrepreensível moral da família é falsa, as virgindades são jogo de fachada, o jogo de sedução é uma arma dominante (ainda bem que é agradável), a corrupção e o cinismo acabou por ser o trunfo vencedor neste jogo de poker; a relação social é determinante na solução dos conflitos afectivos.
Felizmente, todos estes problemas sérios são habilmente tratados por Molière com a genialidade do cómico. E nós acabámos por nos divertir imenso com todos estes temas que preenchem os horários nobres da nossa televisão - lixo.
Divirtam-se connosco.


Hélder Costa

O que dizem sobre nós

“Enfim, feliz, porque consegue que o público se renda à magia de um teatro de outros tempos, um teatro que já tem vários séculos em cima. Mas nem uma teia de aranha.”

in Notícias Magazine

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