Fernão, Mentes? (Reposição, 1999)

Texto e encenação de Helder Costa
Teatro Cinearte, 11 de Março


FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Luminotecnia, Sonoplastia: José Carlos Pontes

Produção: Marisa Serafim

Secretariado: Maria Navarro

Fotografia: Carlos Gil, Daniel Gil

Elenco: Luis Thomar, Catarina Santana, Paulo Serafim, Miguel Telmo, André Louro, Susana Cacela, Sérgio Moras, Carla Alves

Peregrinando

Foi quase há 18 anos.
No FITEI, no dia 18 de Novembro de 1981 (foi a única vez que uma capicua me deu sorte), a BARRACA estreou "Fernão, Mentes?".
Não sabíamos, mas tínhamos acabado de construir um marco histórico do teatro contemporâneo.
Como Fernão Mendes Pinto, também este espectáculo viajou pelo mundo, recolhendo aplausos e prémios: Espanha, Festival de Caracas, na Venezuela, Brasil (abertura da Mostra de Teatro Português no Rio de Janeiro e São Paulo), Moçambique, Macau...; quase um ano de lotações esgotadas no pequeno e saudoso teatro da rua Alexandre Herculano; prémio Casa da Imprensa, gravado pela RTP; padrão de um trabalho musical extraordinário de José Afonso, Fausto e Orlando Costa; e, principalmente, visto por muitos milhares de espectadores, estudado por inúmeros alunos e professores, cartaz da obra-prima incontornável da nossa literatura, "Peregrinação".
É a primeira vez que a BARRACA faz a remontagem de um antigo espectáculo.
Neste caso, além de múltiplos pedidos por parte do público e entidades oficiais para que o espectáculo continuasse em repertório, pensámos que "Fernão, Mentes?" se integrava correctamente na nossa programação "Coisas do Milénio". Depois, é o tipo de peça que permite um trabalho profundo e variado para a formação de um elenco jovem, e finalmente apetecia-nos ter o prazer de voltar a contactar com a época e a personagem Fernão Mendes Pinto.
Sofreu agravos, injustiças, lutou, arriscou, não desistiu, sobreviveu, falou e escreveu.
Também nós somos corredores de longo curso.
E por isso, cá continuamos peregrinando...

Hélder Costa

 

UTOPIA
Letra e música de José Afonso

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
Onde a folha da palma
Afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo mas irmão
Capital da alegria
Braço que dorme nos braços do rio
Toma o fruto da terra
É teu a ti o deves
Lança o teu desafio
Homem que olhas nos olhos
Que não negas
O sorriso, a palavra forte e justa
Homem para quem nada disto custa
Será que existe
Lá para o lado do oriente
Este rio este fumo esta gaivota
Que outro rumo deverei seguir
Na minha rota

Reposições

Fernão, Mentes? (Original, 1981)

Fernão, Mentes? (Reposição, 2014)

Anterior
Anterior

1999. Um dia Inesquecível

Próximo
Próximo

1999. Abril em Portugal