Preto no Branco - Morte Acidental de Um Anarquista (1980)
Texto de Dario Fo
Encenação e Dramaturgia de Hélder Costa
A Barraca da Alexandre Herculano, 29 de Fevereiro de 1980
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Dramaturgia: Augusto Boal e A Barraca
Música: Vitorino
Músicos: Vitorino, Júlio Pereira, Elsa Bruxelas, Sílvio Pleno
Direcção Plástica e Luminotecnia: António Cara D’Anjo
Iluminador: Paulo Graça
Montagem: Joaquim Pires
Ponto: Paula Só
Responsável Executivo: Paula Guedes
Ginástica e Movimento: Prof. Paula Brito
Fotos: Luiz Jorge Carvalho
Elenco: (por ordem de entrada em cena) Santos Manuel, João Maria Pinto, António Cara D’Anjo, Manuel Marcelino, João Soromenho, Paula Guedes
"PRETO NO BRANCO" é a nossa forma de contar a peça de Dario Fo baseada na "exemplar" história do "suícidio" do anarquista Pinelli, acontecido em Milão, há dez anos atrás, numa esquadra de polícia.
"PRETO NO BRANCO", e não "MORTE ACIDENTAL DE UM ANARQUISTA" como na versão original, porque a tentativa do nosso trabalho se insere no inquérito-autópsia a todo o sistema "civilizadamente" repressivo que pode esmagar qualquer cidadão comum, independentemente das suas opiniões políticas.
Este sistema é o pano de fundo, a face oculta da organização económica capitalista, hoje em pânico, discutindo eternamente "a crise e como sair dela".
Em Portugal também se discute muito este tema e tudo se conjuga para que o país vá mendigar as possíveis benesses desse mirífico Mercado Comum.
Com esta peça, tentamos entrar nesse debate.
Trata-se de um texto, hoje já um moderno clássico, bastante elucidativo sobre os processos que asseguram a chamada "paz social" deste Velho Continente.
No "Paz social" tão apodrecida, que não significa senão uma guerra adiada.
Hélder Costa
PRÉMIOS
Prémio Associação Portuguesa de Críticos - Melhor Actor: Santos Manuel
Jornal do Brasil - Um dos dez melhores espectáculos do ano
O que dizem sobre nós
A ALEGRIA DE SER ESPECTADOR
“Por tudo isto, “Preto no Branco” é um espectáculo que se pode considerar exemplar no panorama teatral português, quer pelo bom uso de um óptimo texto estrangeiro, quer pelo bom uso das possibilidades dos intérpretes de que dispõe, quer ainda pelo bom uso do espaço a que se destina a representação. E por tudo isto também, é um espectáculo que atesta amplamente a maioridade de A Barraca, um grupo que pouco a pouco, e nem sempre em linha recta, tem vindo a encomntrar o seu estilo e a sua maneira de estar no teatro. E, talvez ainda mais importante, é um espectáculo que justifica o espectador, que dá razão a quem teima em pensar que uma das coisas boas da vida é mesmo ir ao teatro.”
Vitor Pavão dos Santo
(in O Jornal, 21 de Março de 1980)
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