Texto de S. Mrozeck
Encenação e Dramaturgia de Helder Costa
Associação Cultural e Recreativa de Tondela, 14 de Novembro de 1986
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Cenografia: Hélder Costa e José Carretas
Produção e Assistência de Encenação: Teresa Faria
Figurinos, Cartaz e Programa: José Carretas
Banda Sonora: João Paulo Guerra, João Maria Pinto
Luminotecnia: Luís Viegas
Montagem: Manuel Barata
Fotografia: Eduardo Gajeiro
Elenco: António Gomes, João Azevedo, José Carretas, Luis Thomar, Teresa Faria
O que dizem sobre nós
A história é simples,
Senhores.
um preso para três polícias
um palco cheio de sevícias
mais outras tantas delícias
e muitas interrogações
postas com ar sorridente.
Se acabarem as prisões?
IMPOSSÍVEL!! evidente!
O exército? A polícia?
À espera do desemprego?
Só visto! mas que malícia
que grande desassossego.
Paz sem guerra é impossível.
Morte sem vida, também.
Haver crimes sem polícia?
E as prisões sem ninguém?
Imaginem meus senhores
e usem ponderação
Analisem bem o caso,
usem de toda a atenção.
O que se vê não é tudo
o que pesa é a intenção.
Vale a pena ir à “Barraca”
e usando o sentido crítico
percebemos que a brincar
enriquecemos o espírito
Pois generais de cartão
ainda os há por toda a parte
Só que as brigadas do reumático
Já usam outro disfarce
Mas aqui com engenho e arte
sem que o espectador se mace
- Num país imaginário
quatro mânfios mais uma
com artes de Belzebú
e técnica de Satanás
Transformam o aço em espuma
e fazem da “guerra” paz.
- E a cena da chapada?
e a do rebentamento?
e a casa visitada
sem o marido lá dentro?
Vão à “Barraca”, senhores
vão ver esta peça louca
mas desapertem o cinto
que podem partir a moca.
De um espectador anónimo (Dezembro de 1986)
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