ESTREIA dia 10 de JULHO

O PRÍNCIPE DE SPANDAU

Texto de Hélder Mateus da Costa

Interpretação Gil Filipe

BILHETES

Em cena

de 10 a 27 de Julho

quintas e sextas :: 19H30
sábados
:: 21H00
domingos :: 17H00

O Príncipe de Spandau (reposição, 2025)

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Texto Hélder Mateus da Costa

Interpretação Gil Filipe

Encenação A Barraca

Assistentes Érica Galiza, Manuel Petiz, Maria Baltazar, Vasco Lello

Cenário e Figurinos A Barraca

Costureira Elza Ferreira

Desenho de Luz Gil Filipe e Vasco Lello

Sonoplastia A Barraca

Operação de Luz e Som Maria Baltazar e Vasco Lello

Cartaz Luís Henriques

Fotografias Adrian Roseiro e Vasco Lello

Produção Inês Costa, Rita Lello

Grafismo Inês Costa

Bilheteira Manuel Petiz

Frente de sala Érica Galiza

Higienização Sona Dabó

M/12

Estreia Teatro Cinearte, 10 de julho de 2025

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ESTREIA

QUINTA-FEIRA

10 de Julho

19:30

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Sinopse

O Príncipe de Spandau é uma ficção provocatória e absurda sobre a vida de Rudolph Hess na sua cela em Spandau desde o julgamento de Nuremberga até à sua morte/suicídio.

Isolado na sua loucura, ele imagina que a sua prisão se transforma no Quartel-General de Spandau de onde ele, como representante de Hitler, dirige a política mundial enviando telegramas para ditadores, chefes militares e polícias de todo o mundo.

Ele é um príncipe encantado com visões apocalípticas sobre o regresso do Führer e a sua vitória definitiva. E quando vê o seu fim aproximar-se, vê a sua morte como o prenúncio de uma nova era em que o nazismo renascerá das cinzas.

O texto foi escrito em 1987 nos dias que se seguiram à morte de Rudolph Hess. Revelou-se premonitório em muitos aspectos e surge como um aviso contra as tendências racistas, ódios contra emigrantes e refugiados, despotismo e extremismos políticos hoje, infelizmente, mais vivos que nunca.

Citarei um excerto da peça sobre a ascensão de Hitler ao poder:
 "Dizem que tudo esteve a nosso favor: a crise de 1929, as manobras dos magnates e da Bolsa, a corrupção dos governos. Esteve tanto a nosso favor, como a favor dos nossos inimigos. As mudanças no mundo não acontecem por milagre. As sociedades mudam porque há conflitos de interesse, porque há luta de classes.
E nós é que ganhámos essa luta de classes."

Só quero que esta História - mesmo em farsa - não se repita.

Hélder Costa

O ovo da serpente

O que se pode escrever para falar do nazismo?
   Parece que foi tudo dito.
   Os pais falam do horror, do crime, dos campos de concentração, do racismo. Os filhos, hoje em liberdade, pressentem confusamente que lhes falam de uns E.T's e de uma desumanidade que não compreendem. Mas o nazismo não é só a bota militar, o uniforme, o braço estendido, o Heil Hitler, a arrogância, a discriminação, o racismo, o quero, posso e mando.
   O nazismo - e as suas metáforas e máscaras suaves apropriadas ás circunstâncias - sabe ocultar-se dos ventos desfavoráveis do progresso. E também sabe usar o excesso e o folclore - podem ser skinheads, claques de futebol, reuniões de jet-set, homenagens aos "bons e lídimos" princípios do passado - para demonstrarem que existem, que têm força e que metem medo.
Nada disto é novidade.
   O que para mim é absolutamente novo é a irresponsabilidade com que não se quer perceber - e, consequentemente, combater - o vírus que cria permanentemente os focos de insegurança onde o nazismo sempre foi colher os seus melhores frutos: a miséria, o desemprego, a exclusão social.

Tudo isto é o aconchego do ovo da serpente.
   Será que já nos esquecemos que as forças mais violentas de Hitler eram recrutadas no lúmpen e também na classe operária? Que o campesinato era a grande rectaguarda do conservadorismo social e religioso? Que a mulher era recrutada ao som da Igreja, cozinha e filhos? Que os jovens viam na saga Hitleriana a paixão e o risco que entusiasmava o seu sangue generoso?
Talvez seja esta a questão a resolver: se as crises existem, a esquerda tem de ter uma resposta para elas. Caso contrário, os que deviam estar com a esquerda passam para o extremismo de direita.
   Citarei um excerto da peça sobre a ascensão de Hitler ao poder:
 "Dizem que tudo esteve a nosso favor: a crise de 1930, as manobras dos magnates e da Bolsa, a corrupção dos governos. Esteve tanto a nosso favor, como a favor dos nossos inimigos. As mudanças no mundo não acontecem por milagre. As sociedades mudam porque há conflitos de interesse, porque há luta de classes.
   E nós é que ganhámos essa luta de classes." Só quero que esta História - mesmo em farsa - não se repita.

Hélder Costa

Reposição de…

O Príncipe de Spandau (original, 1998)

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2025. O Incorruptível (reposição)