Ficha Artística
Direcção Artística, Criação e Dramaturgia: Maria do Céu Guerra
Composição Musical e Interpretação: Maestro António Vitorino d’Almeida
Com: Maria do Céu Guerra, Sérgio Moras, Rita Lello, Gil Filipe, Vasco Lello, Érica Galiza, Manuel Petiz, Maria Baltazar
Espaço Cénico: Maria do Céu Guerra
Iluminação: Vasco Lello e Maria Baltazar
Ilustrações e Vídeo: Luís Henriques e Manuel Diogo
Figurinos: José Manuel Costa Reis
Montagem: Mário Dias
Costureira: Elza Ferreira
Produção: Manuel Petiz e Inês Costa
SINOPSE
Em Deitemos Água Pouca em Muito Fogo A Barraca aborda uma parte da obra do poeta que ainda não tinha trabalhado, estimulando o público a amar o poeta, sabendo porquê através do cruzamento da sua obra com o que por ela sentem os poetas nossos contemporâneos.
É nos poemas líricos, nas Canções e sobretudo nos Sonetos - forma lírica de maior prestígio, cultivada por Dante e Petrarca, em que todo o grande poeta tinha de se por à prova - que o nosso poeta fala de si, tal como fizeram Ovídio e outros poetas latinos. Escolhemos excertos da Canção X como hipotética moldura de vida do poeta. História de vida talvez muitas vezes inventada, e que a curiosidade, os séculos e o silêncio da História transformaram em realidade. Amor vivido/amor inventado, sempre mais verdade que mentira, mas também ele tão verdadeiro quanto a poesia pode ser.
A Poesia de Luís de Camões é o melhor que ele nos legou. Quando o poeta na escrita aumenta o seu sofrer de amor, ou quaisquer maus tratos da vida, da fome ou do abandono são hiperbolizados, é mesmo assim que o queremos ler, porque foi assim que ele se quis dar a ler. Camões transgressor, o seu tão certo “secretário” não se obriga à confidência da biografia, mas à grandeza da criação.