A Profissão da Srª Warren (2003)

Texto de George Bernard Shaw
Encenação de Guilherme Mendonça
Teatro Cinearte, 5 Abril

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Cartaz: Susana Marques

Fotografia de Cartaz: Eduardo Gageiro

Operação de luzes: José Carlos Pontes

Sonoplastia e operação de som: Fernando Pires

Execução de Guarda Roupa: La Fuente e Clara Costa

Carpintaria: Mário Dias e Paulo Ramalho

Produção: Elsa Lourenço

Divulgação: Catarina Santana, Elsa Lourenço

Secretariado: Maria Navarro

Elenco: Maria do Céu Guerra, Rita Lello, Gil Filipe, Jorge Sequerra, Luis Thomar, Vitor D’ Andrade

O que dizem sobre nós

Foi para uma sociedade marcada pela hipocrisia e pela dualidade de critérios que Shaw escreveu A Profissão da Sra. Warren. À primeira vista esta pode parecer-nos uma peça de época, principalmente se atendermos a sua formulação e linguagem, no entanto o interesse deste texto continua a ser, para não mencionar as qualidades literárias e dramatúrgicas de Shaw, a sua capacidade de questionar os limites da dignidade humana.

A intemporalidade da peça tornou-se ainda mais evidente quando, no deciorrer do processo de ensaios vieram a público vários escândalos - relacionados com redes pedófilas consequentes suspeitas do envolvimento de figuras públicas no caso, e reposrtagens como a das jovens universitárias prostitutas em ‘part-time’ (a fazer lembrar as ‘dolly-mops’ da Inglaterra victoriana). Como se vê as coisas não mudaram assim tanto em cem anos.

A relação entre o poder e o submundo também fica patente de forma óbvia no discurso de George Crofts no acto III “Se não entrar em conflito aberto com a sociedade verá que ela também não lhe faz perguntas incómodas (…) Não há segredos melhor guardados do que aqueles que toda a gente conhece.”

Assim, descobrir este texto foi reencontrar a sua modernidade e tomar consciência da vizinhança e ligação entre a ‘boa’ e a ‘má’ sociedade. Bernard Shaw chamou ao conjunto de peças às quais A Profissão da Srª Warren pertence ‘desagradáveis’ - esperemos que o público de hoje leve algum desse ‘desagrado’ para casa.

Guilherme Mendonça

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