ACOLHIMENTO
DOIS DIAS ANTES À MANHÃ FEBRIL
(2 a 4 de Janeiro de 2025)
Encenação e Dramaturgia Guilherme Cardoso Lopes
Composição e Direção Musical Salvador Bastos Pinto
Cenografia Luís de Monteiro Costa
Desenho do Cartaz Maria Gorgel
Figurinos e Adereços Luís de Monteiro Costa
Direção Técnica e Desenho de Luz Vasco Letria
Operação de Luz João Pecegueiro
Produção Joana Bravo Belchior
Com Bruna de Sousa Gomes, Ester de Sena, Guilherme Borges, Inês Oliveira, Lucas Mandillo, Luís de Monteiro Costa, Luísa Piano, Mariana Berto, Maria Gorgel e Xandy Fonseca
Dois Dias antes à Manhã Febril escolhe a reflexão sobre Horácio, o que ficou, o que viu, o que não disse. Partindo da desconstrução de Hamlet de William Shakespeare, a peça interroga o espaço vazio deixado pelas palavras e pelas memórias.
Entre o simbolismo e o surreal, o palco transforma-se num instante alucinatório,
O tempo, em fragmentos, suspende-se. O espaço, em sombras, questiona a própria presença.
Explorando o Teatro da Paisagem, a narrativa dissolve-se num encontro poético entre o ser e o que nunca chega a ser. Aqui, a memória não é o passado.
O espetáculo contará com música ao vivo, apresentando, em estreia, a coletânea Ulkaran Songs, de Salvador Bastos Pinto.
Hoje é outono. Os pássaros morrem entre as folhas adormecidas. Os cadaverzinhos caídos deixam-se atropelados pelas marés em gente, deitados ao lixo-chão sujo que o vento empurra até além. Mais ou menos ali, onde ainda se vê o sôfrego anseio dos pequenos esvoaçantes pelo redondo cair da janela-céu — queda desamparada das nuvens preto e branco.
Ah! O sol!
Tento em branco alcançar o sol,
como ave,
como águia,
Mas de corvo terei a sorte de só no escuro me vestir do avesso. O frio de tantas madrugadas que entorpece lentamente a pele com os pequenos abraços do vento;
É a agonia que desce de rompante, mas que deixa o perímetro percorrido maior à ânsia do inacabado.
O declínio é a própria queda da ruína para o sufoco da pressa estendida.
Fortinbrás em mãos de portento.
A decadência da agitação mais que precoce.
Da azáfama à hesitação,
Da oscilação à dúvida da demora numa irresolução insegura da indecisão.
Fortinbrás no Castelo Zorto,
Fortinbrás em enigma claro de chaves,
Fortinbrás em mãos de portento.
Teatro Cinearte
02 janeiro
21:30
03 janeiro
21:30
04 janeiro
21:30
dias úteis :: das 10h às 18h
Teatro Cinearte | A BARRACA
Largo de Santos 2
1200-808 Lisboa
Portugal