Texto de R.W. Fassbinder
Encenação de Helder Costa
TeatroCinearte, 11 de Novembro
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Programa, Organização: Maria do Céu Guerra
Cenografia, capa: Mário Alberto
Traduções: Maria Carlota Guerra
Luminotecnia: Carlo Pereira
Guarda-Roupa: Carlos Ramalho
Apoio à Produção: Carla Torres, Madalena Leal, Paula Sousa
Cortinas: Alice Ferrugem
Arranjo gráfico: ACERT
Estúdio de Som: MMO
Actrizes Vestidas: António Augustus
Elenco: João Ricardo, Maria do Céu Guerra, Pedro Alpiarça, João Maria Pinto, Luís Filipe de Almeida, Rui Pisco, António Cardoso, Eugénia Bettencourt, Rui A. Madeira
Fassbinder, uma testemunha, uma memória.
Uma dramaturgia interveniente, uma documentação preciosa sobre os “anos braza” Alemães e europeus - os 60, o escândalo de 68, e o pós-68, com ajustes de contas, e consequentes extremismos dos anos 70. E também, e por vezes essencialmente, o drama
individual, a presença obsessiva da morte, a exposição linear e materialista da barbárie das relações humanas.
Não deixa de ser uma bela contradição que este filho legítimo do jogo “ofensivo e subjugador” (sic) dos futebolistas do Bayern de Munich, do romantismo serôdio, classista e iconoclasta dos Dreyer, Syberberg e outros, acabe por fundamentar o seu percurso estético e a sua dramaturgia com as leis - “Nestes tempos conturbados”, como diria Brecht - da mais valia de Karl Marx.
Teatro ácido e cru, raiando e cortando frequentemente as fronteiras do humor negro, eis o teatro de um autor que interessa não esquecer nesta época tão marcante que assiste a um esperançado reencontro do povo alemão - o mesmo é dizer que assiste ao refundir? interrogar? reelaborar? de uma das culturas mais importantes do velho Continente.
É com prazer que A BARRACA vê entrar Fassbinder no seu repertório internacional.
Hélder Costa
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